Ontem Mano estreou na seleção com uma missão inédita: Jogue bonito e renove. Há séculos não pedem isso a seleção. Em 83 pediram resultado. Em 87, idem. Em 90, pediram vergonha na cara. Em 94 achamos lindo ganhar a qualquer custo. Em 98, equilibrio emocional.
Em 2002, raça. Em 2006, futebol. Perdemos, e pediram comprometimento e correria. Dunga deu os dois, mas não fez espetáculo. Perdemos, e agora, pela primeira vez, pedem a volta do jogo bonito e não apenas das vitórias e da raça.
Acho isso um passo enorme pro nosso futebol voltar a ser o que era, já que hoje se exalta demais o resultado e de menos a forma como ele foi construido. Assim, tendo na nossa maior camisa esta filosofia, talvez os clubes também mudem e voltem as nossas raizes.
Um Brasil de garotos, entrosado pelo Santos, que conseguiu ser leve e jogar futebol. Um Brasil que gostamos de ver, e que mesmo não tendo goleado, o que poderia ter acontecido, bastou para nos alegrar.
Bola fora da Globo, que tinha SIM que mandar a novela pra casa do caralho e botar a nova seleção pro povo assistir. A seleção brasileira é mais importante que tudo, não pode ser exclusividade de quem tem TV a cabo jamais.
Neymar, Ganso, Robinho, Pato, Ramires… um time de garotos, que jamais poderia ter ido a Copa do Mundo. Se falta equilibrio emocional aos nossos veteranos, imaginem aos garotos que nem estrearam ainda direito.
Hoje, sem eliminatorias e com 4 anos pra treinar e ganhar moral, podem.
Mano escalou bem, o time rendeu bem, os garotos não tremeram e os EUA lembraram o que é o futebol brasileiro.
Que assim seja, sempre! Na seleção, nos clubes, onde o verde e amarelo estiver perto de uma bola.